GESTÃO DE STOCK NAS EMPRESAS COMERCIAIS
O objectivo básico do controle de
stock é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte em stocks
excessivos as reais necessidades da empresa. O controlo procura manter os
níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas
e os custos daí decorrentes
Baseando-se no autor aludido compreende-se que os níveis do stock estão sujeitos a velocidade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de suprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, haverá uma situação de ruptura ou de esvaziamento do seu stock, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas, etc. A correcta e eficiente gestão do armazém é importante para a sustentabilidade da empresa, pois caso surja uma acumulação de stocks, a empresa pode ver comprometida a sua liquidez, e iniciar um ciclo de endividamento a médio e longo prazo.
Se em outro caso, não forem bem dimensionadas
as necessidades do stock, poderá chegar ao ponto de excesso do material ou ao
transbordamento do seu nível em relação a demanda real, como prejuízos para
circulação capital. Assim o equilíbrio entre a demanda e a obtenção de
material, onde actua, sobretudo, o controle de stock, é um dos objectivos da
gestão de stock
FUNÇÕES DO CONTROLO DE STOCK
a) Assegurar que os estoques físicos correspondam
ao estoque virtual.
b) Assegurar o correcto registro dentro dos
períodos de competência ao qual pertençam. Nada de um item sair num dia e ser
registados no dia seguinte. Proibição deve constar em procedimento. Nos
fechamentos de mês o rigor deve ser maior e nunca movimentações ocorridas no
mês anterior devem ser registradas no mês seguinte
c) Cuidar do processo de fechamento mensal,
processar e analisar uma série de relatórios de forma a garantir que eventuais
variações nos preços médios, nos valores unitários de compras e que demais transações estejam correctamente reportados nos sistemas. Obter relatórios
demonstrativos dos valores em estoques que batam com os valores registrados
contabilísticos.
d) Determinar o que deve permanecer em stock;
e) Determinar quando se deve reabastecer o stock;
GESTÃO MATERIAL DOS STOCKS
A
gestão material visa assegurar as operações realizadas com os materiais desde a
sua entrega na empresa até a sua saída de armazém para que sejam efectuados com
eficiência ao menor custo possível e em tempo oportuno
Na
visão de Morioka, (2005) as actividades da gestão material do stock ou da gestão dos
armazéns pressupõe uma série de actividades como receber os bens, conferi-los e
guarda-los para que possam ser entregues em locais próprios. O processo de
armazenamento e, pós, um serviço que comporta variados custos que a empresa
terá de suportar em equipamentos, armazéns, pessoas, e outros custos
associados, aumentando o custo do bem a saída do armazém e, consequentemente o
seu preço de venda.
No meu ponto de vista um sistema de gestão de materiais envolve conjunto de políticas e práticas de controlo que tem por objectivo o fornecimento de materiais no momento certo e ao mais baixo custo. Este sistema faz, também o acompanhamento dos níveis de inventário desencadeando a compra/produção sempre que necessário. A gestão material dos stocks engloba, em síntese, três áreas específicas:
Recepção e conferência - Consiste na conferência dos materiais recebidos no armazém, com base em documentos do contrato de compra e venda (factura ou guia de remessa).
Para Ballou, (2006, p.12) arrumação - Consiste na separação dos produtos recebidos, segundo a sua classificação e na definição do espaço destinado a movimentação dos equipamentos:
a) Arrumação em áreas específicas (ex: alimentar, não alimentar);
b) Utilização de códigos;
c) Utilização de etiquetas;
d) Entrega em dinamizar as entregas no momento certo e em quantidade certas através do recurso a técnicas de
gestão de stock apoiadas na tecnologia disponível.
Segundo Bowersox & Closs, (2001, p. 41) a codificação e etiquetagem assumem grande importância na arrumação e entregas do produto, pós estes processos permitem a sua localização rápida, registo de sua entrada e saída do armazém ou ponto de venda. O código de barras, constituído por um conjunto de barras negras imprensas numa etiqueta ou postas no próprio produto também contribui para as tarefas de conferência, arrumação e entrega.
Arrumações
dos materiais existentes em armazém deverão ser realizada de acordo com um
plano de armazenagem que se articule com objectivos que se pretendem param o
correcto abastecimento dos produtos
Enquadradas na gestão material a selecção de armazém, ou armazéns e do equipamento de armazém reveste-se de grande importância para a empresa porque, além dos elevados custos que estes aspectos envolvem, deles dependem o correcto funcionamento do abastecimento da empresa seja da fabricação ou do ponto de venda. Para chopra & meindl, (2003) a armazenagem eficiente consiste em:
-Tornar a recepção das materiais mais rápidas e segura;-Utilizar os equipamentos adequados a arrumação dos materiais;-Racionalizar o espaço para os materiais existentes;-Localizar rapidamente os produtos através de referência.
Os objectivos da armazenagem
eficientes serão concretizados se a empresa providenciar espaços adequados aos
produtos que comercializa e adaptados a zona de distribuição destes produtos (armazéns), se recorrer a equipamentos
adequados e funcionais a entrega dos produtos (equipamentos) e se recorrer a
pessoas especializadas com formação adequada para trabalhar todos estes
aspectos
ACTIVIDADE DA GESTÃO MATERIAL DE STOCKS
As actividades da gestão material
dos stocks, ou da gestão dos armazéns, pressupõem actividades de pessoas
qualificadas com formação específica e adequada para que esta gestão seja
eficiente, eficaz e com alto nível de rendibilidade e produtividade, reduzindo
os erros de processo. Este será, mas um contributo para redução dos encargos
que a empresa suporta com o aprovisionamento
Recepção:
Nota
de encomenda:
Guia de remessa: A guia de
remessa constitui o documento de entrega dos bens a fornecer
Factura: A factura é,
assim, o documento contabilístico de venda enviado pelo vendedor ao cliente. As
facturas devem conter, obrigatoriamente, os seguintes elementos: os nomes,
firmas ou denominações sociais e a sede ou domicílio do fornecedor de bens ou
prestador de serviços e do destinatário ou adquirente
Guia de entrada: Estabelecimento de um registo de entrada de existências com base nas requisições dos serviços ou das secções das vendas.
Segundo Gianesi, Corrêa, & Caon, (2007) a entrega envolve:
Guia de saída: Preenchida com base na guia de saída do fornecedor.
Ficha de armazém: Escrituradas em quantidade, de acordo com as diferentes espécies de bens existente em armazém.
Ficha de stock: é um relatório que pode ser organizado em formato de planilha, reunindo de maneira detalhada todas as informações que estão relacionadas aos produtos que entram e saem do estoque de uma empresa que pratica o comércio.
A gestão administrativa está
estreitamente ligada a gestão material do stock, nas suas áreas fundamentais, a
recepção e a entrega particularmente, e a gestão económica de stocks. Ao
efectuar uma correcta gestão administrativa do stock, o que se pretende é que
as funções da gestão material de stock sejam desempenhadas de forma
simplificada e que forneçam a informação precisa quando necessitada, assim a
gestão administrativa visa a melhor gestão das compras e das relações com os
fornecedores dos materiais necessários a empresa
A organização dos stocks, como em qualquer área da empresa, assume um papel fundamental na procura de eficiência e eficácia de todos os processos desenvolvidos.
Conforme
ü - Registar as quantidades de bens entrados no armazém da empresa;
ü - Registar as quantidades de bem saídos do armazém da empresa;
Conhecer as quantidades existentes de cada um dos bens nos armazéns da empresa.
O tratamento administrativo dos stocks envolve o seguinte suporte documental:
Estabelecimento de um registo de entrada de existências com base nas requisições dos serviços ou das secções das vendas.
Quadro 1-Guia de Entrada
Fonte: Elaborado pelo autor.
Preenchida com base na guia de
saída do fornecedor, podendo apresentar os seguintes dados:
Quadro
2-Guia de saída do
fornecedor
FICHA DE ARMANZÉM
Escrituradas em quantidade, de acordo com as diferentes espécies de bens existente em armazém.
Quadro 3-Ficha de Armazém.
Os documentos apresentados permitem-nos retirar as seguintes informações: - Conhecer o stock existente em armazém;
- Evitar a ruptura e excesso de produtos;
- Calcular o custo de um determinado produto a saída do armazém;
- Permitir uma leitura fácil e rápida de informação;
- Registar entrada e saídas do armazém.
ORGANIZAÇÃO DOS REGISTOS DE STOCK
A organização
dos stocks dependerá de uma correcta organização dos registos e dos documentos
associados. Assim o arquivo dos documentos torna-se essencial ao funcionamento
da empresa e a eficácia dos seus processos. O arquivo administrativo poderá ser
manual ou informatizado. Se esse artigo for informatizado, então a empresa, só
terá de dispor equipamentos e softwares adequados e de cópias segurança, que
lhe permite a qualquer momento, dispor da informação necessária.
Se for manual
o arquivo será feito em pastas devidamente identificadas, cuja organização
dependera das necessidades da empresa e das pessoas que procedem a esse
arquivo.
Cabe a
empresa escolher a melhor organização documental e aquela que possibilitar a
funcionalidade de consulta a qualquer momento, sem necessidade de explicações
por parte de quem arquivou. Todos a quem interessa a recolha da informação
devem conhecer o processo de arquivo par que a sua consulta se processe com
facilidade e rapidez Gianesi, Corrêa, & Caon, (2007).
A Gestão
Económica de stock visa a determinação do nível óptimo de stock a constituir,
tendo em conta a procura e os custos envolvidos e a classificação do stock
minimizando os custos a saída do armazém.
A previsão
dos consumos e das vendas da empresa é uma tarefa a que se da cada vez mais
importância, porquanto é necessário manter os materiais, sejam elas
matérias-primas ou produtos em níveis que permitem evitar as rupturas ou
excesso em armazém.
Segundo Corrêa &
Dias, (1998) o ideal seria ter os materiais em armazém no momento exacto da
sua utilização, como acontecem em just-in-time. No entanto esta prática exige
uma articulação óptima com os fornecedores de modo que estes procedam as suas
entregas sempre que é preciso e nem sempre esta prática é possível. Não sendo
possível a política de não se constituir stock, a empresa através da sua gestão
de stock, deverá proceder a uma serie de cálculos que conduzem a determinação
dos custos mínimo que otimizaram os custos em armazém.
Procura: determinar o número de vezes a comprar e a quantidade a comprar de cada vez, condicionadas na procura de bens
Custos: envolve os custos de aquisição, o custo de cada encomenda e o custo de posse de stock. Os stocks suportam três espécies de custos:
- Custos de processamento da encomenda;
- Despesas de rupturas de stocks;
- Despesas de manutenção de stocks;
CÁLCULOS DE LOTE ECONÓMICO E DO CUSTO TOTAL
Determinar a quantidade óptimas a
encomendar (o lote económico) é importante porque permite minimizar o custo na
saída do armazém, permite ainda, optimizar os recursos humanos e materiais e
evitar a ruptura de stocks
- O valor do custo unitário de total da aquisição.
- A quantidade consumida ou vendida durante certo período (normalmente anual).
- O custo de cada encomenda.
- O custo unitário de manutenção de stocks em armazém (custos de posse).
Conforme Morioka, (2005,
p. 49) Conhecidas as variáveis, o valor das
quantidades económicas (Qe) poderá ser obtido através de três processos distintos:
O cálculo da quantidade económica
através da fórmula de Wilson é o
processo rápido e simplificado, uma vez que se consegue apenas aplicando uma
pequena aplicando uma pequena formula que nos fornece a quantidade económica
Qe- Quantidade económica ou lote económico
E- Custo de realização ou lançamento da encomenda
N- Consumo ou venda anual do produto
C- Custo de armazém ou de posse unitário.
O ponto de encomenda: é o momento
em que á necessidade de voltar a efectuar uma nova encomenda. Usa-se esse
cálculo porque as empresas necessitam reduzir as quantidades existentes em
stock daí a informatização ao nível do custo do stock seja hoje uma exigência.
Ao encomendar no momento certo o objectivo a atingir por uma empresa é manter o
nível de stock que lhe permita ter o suficiente para operar no mercado
Quer dizer encomendar ao momento oportuno, nem muito cedo nem muito tarde. O ponto de encomenda significa o stock mínimo que necessita um re-aprovisionamento. Este stock mínimo é também denominado a stock útil.
A CURVA ABC COMO MÉTODO DA GESTÃO DE STOCK
Quadro
4-Critérios do Método
ABC
Classe |
Intervalo de valores (%) |
Artigos |
A |
Valor acumulado entre 0 e 80 |
10 a 15 |
B |
Valor acumulado entre 80 e 95 |
20 a 25 |
C |
Valor acumulado entre 95 e 100 |
65 |
- Utilização de um critério de classificação.
- Conhecer o volume de vendas ou de produtos a classificar.
- Designação dos artigos
- Percentagem de número de artigo a classificar
- Percentagem acumulada do número de artigos
- Valor anual relativo a venda ou redução
- Classe ABC.
MÉTODO JIT (JUST-IN-TIME)
O método Jit é uma filosofia da gestão
global centrada no mercado cujo princípio fundamental é produzir quando e
apenas o necessário e suficiente para garantir a produção. O Jit gerência para obter o nivelamento
da produção e agi para diminuir as variabilidades no processo, atribui pequenos
stocks materiais na frente de cada centro produtivo. Este método visa melhorar
a qualidade e a produtividade e tem-se mostrado geradora de competitividade
- Zero existências em armazém;
- Zero defeitos durante a fabricação;
- Zero avarias do equipamento em produção;
- Zero impactos ambientais;
- Zero acidentes com o pessoal;
- Zero atrasos e prazos curtos e papel em circulação.
GESTÃO CONTABILÍSTICA
As empresas têm necessidade de
manter stock por diversas razões, sendo as mais vulgares a necessidade de
satisfazer atempadamente a procura, a de evitar rupturas no processo de
produção, a de absorver flutuações na procura prevista ou mesmo a de beneficiar
de preços especiais ao encomendar uma grande quantidade
Método de CUMP (Custo Unitário Médio
Ponderado) por cada operação: Nesse método, os estoques são avaliados pela média ponderada dos valores
unitários de aquisições das mercadorias disponíveis
O custo médio de cada mercadoria em estoque se altera pela entrada (compra)
de novas unidades.
Método de FIFO (First in, First Out): Deriva da expressão “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai” (ou, em inglês, “First In, First Out”).
Segundo Christopher, (2002, p. 47) O
valor utilizado para baixar as mercadorias do estoque, pela venda, é o do custo
mais antigo.
Método de Lifo (Last in, First Out): Deriva da expressão “'Último a Entrar será o Primeiro a Sair” (ou em
inglês, “Last In, First Out”)[2]
Por esse método, as baixas de Mercadorias de estoque por venda serão feitas
pelos valores de custo mais recentes. Com base nos dados do exemplo anterior,
pode-se determinar as mesmas variáveis, para efeitos comparativos.
Stock Inicial: Refere-se aos
produtos acabados e o material para produzir mais produtos para se começar o
negócio
Stock Final: É o estoque composto pelo produto que teve seu processo de fabricação finalizado. Em empresas comerciais é chamado de estoque de mercadorias.
Usualmente são materiais que se encontram em depósitos próprios
para expedição. São formados por materiais ou produtos em condições de serem
vendidos
Stock Inicial: O
valor de aquisição dos produtos vária ao longo do tempo
SI=
SF+ Saídas- Entradas
SF=
SI+ Entradas – Saídas
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