Para boa parte dos angolanos que acreditam na medicina tradicional e no poder de cura das plantas, a solução para se obter uma boa 3.r.3.c.4.o – ou qualquer 3.r.3.c.4.o, a depender da potência s.3.x.u.4.l – é o famoso pau de Cabinda, melhor, um chá que inclui a casca e as raízes de uma planta encontrada tanto na província que lhe dá nome, como em províncias e países vizinhos. No entanto, a falta de informações sobre a planta e o uso indiscriminado, sem orientação médica, podem transformar uma noite de prazer num puro pesadelo.
O Rede Angola esteve recentemente na Praça dos Kwanzas, no Cazenga, um dos mais conhecidos pontos de venda do pau de Cabinda, e em vez de encontrar kotas em busca da pot3nci4 perdida, soube que os maiores compradores do produto são homens jovens, em plena saúde, talvez preocupados demais em falhar na cama ou condicionados ao uso do chá, desde tenra idade, a ponto de não conseguirem mais viver sem ele.
Este é o caso de Nando David, 28, mecânico, natural do Uíge, que faz uso do pau de Cabinda desde os 12 anos. Sem o pau, Nando simplesmente não funciona. “Não consigo me rel4cionar com a minha mulh3r sem o uso deste chá. Muitas vezes, quando chego a casa, já cansado, fico sem força de fazer a primeira p3n3tr4ção. Mas quando tomo o chá a energia volta e posso passar toda a noite a fazer s.3.x.0”.
De acordo com Nando, o pau de Cabinda sempre foi motivo de conversa no se1o da família. O pai obrigava os filhos a usarem o chá com o argumento de que estava a prepará-los para a vida a dois. “A minha mãe era contra isso, mas o meu pai achava que homem que é homem tinha a obrigação de nunca falhar na c4ma”. Hoje, a sua esposa tem noção da sua condição de “dependente”, e alguma vezes compra ela mesma o chá para o marido.
Nando sofreu com algumas reacções alegadamente provocadas pelo chá, mas diz que o seu organismo já está acostumado. “Antigamente, sentia tontura, dor de cabeça, e dores na coluna. Mas agora estou bem. Os efeitos colaterais desapareceram”.
COMO TOMAR O PAU DE CABINDA E QUAIS SAO OS SEUS EFEITOS COLATERAIS.
Saiba como tomar Pau de Cabinda para tratar a imp0tênci4 e quais os efeitos secundários.
Pau de Cabinda (ou Yohimbine - vendido sob os nomes Yombo-Oro ou Zumba yohimbine puro) é um produto derivado da casca da árvore da África Ocidental Pausinystalia yohimbe, tradicionalmente utilizada para aumentar o desempenho s.3.x.u.4.l.
Os nativos de Angola alegam utilizar Pau de Cabinda para tratar a d1sfunç4o 4.r.é.c.t.i.l (DE), aumentar o apetite s.3.x.u.4.l e combater problemas sexu4is. Descubra se o extrato de Pau de cabinda realmente funciona para tratar a d1sfunç4o 3rétil, como funciona, os efeitos secundários e que alternativas estão disponíveis online nesta página.
O livro Plantas Medicinais de Angola, de autoria de Esperança Costa, directora do Centro de Botânica da Universidade Agostinho Neto, é até ao momento uma das poucas obras no país que trazem informações sobre o pau de Cabinda. No livro, de 176 páginas, a autora explica que a parte utilizada é a raiz, o tronco e casca da árvore, que pode chegar até 30 metros de altura. Esperança Costa afirma no seu livro que, a casca do tronco é fortemente fissurada, de cor cinzento-castanha. Segundo a bióloga, para além do poder afrodisíaco, as populações de Cabinda utilizam a planta também para o tratamento de outras doenças e sintomas como a lepra, febre, tosse e obesidade, com diferentes resultados.
Apesar de ser conhecido como um auxílio à 3.r.e.c.ç.4.o, os relatos ouvidos pelo Rede Angola de usuários que tiveram efeitos colaterais não são isolados. No seu livro, Esperança Costa nota que a planta não deve ser usada por pessoas com distúrbios circulatórios, doentes renais, hepáticos, diabéticos, doentes com ulceras gástricas, mulheres grávidas e latentes.
De acordo com o fitoterapeuta (que faz tratamentos naturais, à base de ervas e plantas) Jeremias Garcia, o pau de Cabinda é o mais recomendável produto para o tratamento de problemas de disfunção s.3.x.u.4.l. Segundo o especialista, por ser muito forte, o ideal é acompanhar o chá com outras plantas tradicionais como o timba-timba, mandioca e uma espécie de raiz rara conhecida como landu.
“É um produto natural. Basta apenas usar com orientação de algum especialista para uma melhor indicação. Temos casos de pacientes que já tomam o chá há mais de vinte anos e nunca sofreram nenhum problema”, atestou o terapeuta.
Por sua vez, o presidente do Fórum de Medicina Tradicional (Fometra), fez saber que é preciso não seguir o senso comum. Para Papá Kitoco, enquanto não se fazer um estudo rigoroso e científico sobre o pau de Cabinda, não é recomendável o seu uso.
“Apesar de ser um estimulante s.3.x.u.4.l, muitos mistérios ainda giram em volta do produto. Por esse motivo é que o Fometra tem rogado para que se aprofunde o mais rápido possível com os estudos e as pesquisas sobre a árvore. E, enquanto não houver nenhum sinal positivo nesta direção, as pessoas não podem continuar a usar o produto sob pena de serem gravemente prejudicadas”, aconselhou.
Segundo Papá Kitoco, a medicina tradicional tem medicamentos próprios e aprovados cientificamente para a cura da impotência s.3.x.u.4.l. “Ao contrário do que se diz, o pau de Cabinda não cura nem aumenta o tamanho do p.3..n.1.s. Simplesmente estimula o prazer e atrasa a 3.j.4.c.u.l.4.ção. Mas não é a melhor solução para quem tem algum problema de saúde. No Fometra temos levado a cabo muitas campanhas de sensibilização para que as pessoas não adiram ao uso deste produto”.
Ainda de acordo com Papá Kitoco, o uso insistente do pau de Cabinda já causou a morte de muitas pessoas. “O último caso que registámos foi no ano passado. Um mais-velho que o usou teve morte imediata, porque o coração expulsava o sangue com tanta força e ele não resistiu, s#c#mbi#. Não é isso que queremos que aconteça com outras pessoas. Vamos é ter calma até que se aprofundem os estudos em volta desta árvore”.
A mesma opinião tem o médico Elizeu Ekundy que disse não ser correcto os homens recorrem ao pau de Cabinda para tratarem de problemas de d.1.s.f.u.n.ç.4.o s.3.x.u.4.l ou estimulação de prazer. De acordo com o clínico geral, toda e qualquer substância usada para estimular a 3.r.3.c.ç.4.o, sem prévia orientação médica, tem contornos negativos para a saúde. No que toca ao pau de Cabinda, por não ser estudado com a profundidade que se exige, associado ao facto das pessoas usarem da forma que lhes convém, a situação é ainda pior, com danos, muitas vezes, irreversíveis.
Segundo Elizeu Ekundy, num dos poucos estudos que se fez sobre o pau de Cabinda, ficou a saber-se que a árvore contém a ioimbina, uma substância usada no organismo como 3stimul4nte s.3.x.u.4.l. Na explicação do especialista, quando é usada sem um acompanhamento clínico, a ioimbina tem efeitos prejudiciais como ataques de ansiedade, aumento da pressão arterial, insónia, alucinações, dores de cabeça, tonturas, convulsões e até mesmo insuficiência renal.
“Para além do efeito que se pretende com o seu uso, o ioimbina que é a substância mais forte no pau de Cabinda, pode causar danos à saúde. É claro que estes efeitos são de ordem e intensidades variáveis, dependendo da quantidade que se ingere, do período de tempo entre as doses e até do estado prévio dos órgãos do corpo que intervêm no processo do metabolismo e excreção da própria substância”, explicou.
Ainda de acordo com a explicação do médico, para além da ioimbina, a árvore de onde é retirado o pau de Cabinda contém outras várias substâncias diferentes. Dependendo da sua concentração no produto final (chá), pode haver interferências no normal funcionamento do organismo.
“Por estas e outras explicações é que, enquanto não for bem estudado, as pessoas não podem fazer o uso do pau de Cabinda. No entanto, os que sofrem de disfunção ou qualquer outro problema sexual devem procurar um urologista que indicará uma medicação com certificação de segurança”, afirmou.
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