Embora a primeira evidência de infecção humana pelo ZIKAV se remeta ao ano de 1952, a partir de amostras de soro humano do Leste da África, o ZIKAV permaneceu relativamente desconhecido até 2007, quando ocorreu um grande surto na ilha de Yap e em outras ilhas próximas dos Estados Federados da Micronésia.
Inicialmente, o surto foi relacionado ao vírus da dengue, de maneira equivocada. Posteriormente, a partir de exames sorológicos e de biologia molecular, foi possível identificar o ZIKAV como agente etiológico responsável. Durante o surto, cerca de 70% dos residentes na ilha de Yap foram afetados, aproximadamente 8.187 de 11.697 pessoas.O ZIKAV é um arbovírus do gênero Flavivírus, família Flaviviridae, que foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de macacos Rhesus utilizados como sentinelas para detecção de febre amarela, na floresta Zika, em Uganda, o que motivou sua denominação.
Até o momento, são conhecidas e descritas duas linhagens do ZIKAV: uma africana e outra asiática. Adicionalmente, estudo recente aponta que a linhagem africana, por sua vez, pode ser subdividida em linhagem do Leste e do Oeste da África, indicando que ainda há muito para se conhecer sobre a biologia deste vírus.
Estudos adicionais de vigilância e de pesquisa são necessários para melhorar a nossa compreensão da doença, incluindo-se os seus potenciais efeitos epidemiológicos e clínicos, bem como a cocirculação do ZIKAV com outros flavivírus.
Duração dos sintomas
A doença é geralmente leve com sintomas que duram de alguns dias a uma semana. Doença grave que requer hospitalização é incomum.
O que fazer em caso de sintomas
Procurar imediatamente o atendimento médico, relatando os sintomas e indicando quando eles iniciaram. Não se esquecer de beber bastante líquido durante todo o processo, já desde o primeiro dia do aparecimento dos sintomas!
Informar se viajou e quando e para onde foi, se mais alguém na sua família, trabalho ou escola está com sintomas parecidos. Também é muito importante lembrar ao médico se você já possui outra doença e toma outros medicamentos.
Sintomas
A febre pelo vírus Zika é uma doença febril aguda, autolimitada, que, via de regra, não se associa a complicações graves, sem registro de mortes, e que leva a uma baixa taxa de hospitalização.
Quando sintomática, a febre pelo vírus Zika causa febre baixa, exantema maculopapular, artralgia, mialgia, cefaleia, hiperemia conjuntival e, menos frequentemente, edema, odinofagia, tosse seca e alterações gastrointestinais, principalmente vômitos.
Cerca de uma em cada 5 pessoas infectadas com o vírus Zika se torna sintomática. Há relatos de casos de síndrome de Guillain-Barre em pacientes com infecção pelo vírus Zika, uma síndrome neurológica que também pode ocorrer após outras infecções virais.
Modo de transmissão
O vírus é transmitido de humano para humano pela picada de mosquitos fêmeas infectadas. Mais comumente, os mosquitos envolvidos são Aedes aegypti e Aedes albopictus, duas espécies que também podem transmitir outros vírus, incluindo a dengue, sendo o Ae. aegypti o principal envolvido na transmissão dessas doenças aqui nas Américas. Esses mosquitos podem ser encontrados picando todo o dia, embora possa haver picos de atividade no início da manhã e final da tarde. Ambas as espécies são encontradas picando ao ar livre, mas o Ae. aegypti possuem características mais urbanas e costumam se alimentar no interior de residências.
Transmissão sexual e perinatal também têm sido relatadas. Transmissão associada à transfusão de sangue foi identificada em dadores de sangue assintomáticos durante um surto de Zika em curso.
Tratamento
Não existe tratamento específico para Zika. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus. Atenção! A automedicação NUNCA é recomendada! Sempre procure um médico ao surgimento de qualquer sinal e sintoma!
Prevenção
Não há vacina para a zika.
Pessoas residentes em áreas de transmissão e Viajantes podem se prevenir através de medidas de proteção individual, se protegendo da picada do mosquito vetor.
Proteja-se contra as picadas de mosquito:
Use ar condicionado ou janela / porta com telas para manter os mosquitos do lado de fora. Se você não é capaz de proteger-se dos mosquitos dentro de sua casa ou no hotel, pode dormir sob um mosquiteiro.
Eliminar criadouros de mosquitos também ajuda a reduzir o número de mosquitos e a mantê-los fora de sua sala de casa ou hotel, evitando água parada em recipientes como vasos de plantas ou ralos, por exemplo.
Quando o tempo permitir, usar camisas de mangas compridas e calças compridas.
Use repelentes de insetos.
Se for usar o protetor solar e repelente de insetos, aplicar o protetor solar primeiro e depois o repelente.
Não pulverizar repelente na pele sob sua roupa.
Siga sempre as instruções do rótulo ao usar repelente de insetos ou protetor solar.
Siga sempre orientações médicas para usar repelentes e protetor solar.
0 Comentários
Deixe o seu comentário ou sua sugestão aqui